Tecnologia a serviço da demência

Sandro Azevedo | 3697 Visualizações | 2019-07-04T10:32:22-03:00

via : Ciência e Saúde
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Cresce o número de iniciativas para aumentar a qualidade de vida dos pacientes

Este blog já tratou do tema inúmeras vezes e é sempre um prazer poder voltar ao assunto com novidades numa área que, felizmente para todos nós, está em expansão contínua. Afinal, há cerca de 50 milhões de pessoas com demência no mundo e o envelhecimento da população só fará esse número crescer. Além das pesquisas científicas que buscam curar ou retardar o processo, são bem-vindas todas as iniciativas relacionadas à qualidade de vida dos pacientes.

O neurologista David Sharp, diretor do Care Research and Technology Centre — Foto: Divulgação

No Reino Unido, foi criado o Care Research and Technology Centre, instituição voltada exatamente para a pesquisa tecnológica aplicada ao cuidado – o orçamento é de 20 milhões de libras, o equivalente a 97 milhões de reais. O neurologista David Sharp, diretor do centro, diz que de 85% a 90% dos indivíduos afirmam que preferem permanecer em seus lares: “nosso objetivo é buscar tecnologias centradas no paciente com demência para que vivam melhor e em suas casas enquanto isso for possível. As estatísticas mostram que um em cada quatro leitos hospitalares é ocupado por pessoas com demência e 20% dessas internações são causadas por quedas, desidratação ou infecções que poderiam ser evitadas”. Sensores para serem usados no corpo ou espalhados pela residência ajudarão a medir os sinais vitais, como pressão arterial e temperatura, além de monitorar o sono dos idosos. Tais informações poderão ser compartilhadas com cuidadores para viabilizar intervenções mais rápidas.

Jelly Drops: com a aparência de guloseimas, elas têm 90% de água e seu objetivo é prevenir a desidratação de idosos — Foto: Divulgação

No fim do mês passado, o jornal “Financial Times” fez reportagem sobre iniciativa da organização britânica Alzheimer's Society, que criou um programa de crowdsourcing para financiar projetos que atendam a portadores da doença. Arrecadou 200 mil libras (970 mil reais) e vai investir em duas propostas: a primeira se chama Jelly Drops: apesar de parecerem atraentes jujubas, elas não são guloseimas – sua composição tem 90% de água e o objetivo é prevenir a desidratação. A segunda é um aplicativo chamado “How I do?” (“Como eu faço?”), que oferece um tutorial simples para tarefas do dia a dia, como preparar uma xícara de chá ou tomar banho, para quem já apresenta dificuldades em executar suas atividades.

Vem da Finlândia uma outra abordagem que une tecnologia e calor humano, como mostrou a revista “The Economist”. Através de um monitor, uma enfermeira acompanha o almoço de um grupo de idosos. Ela se certifica de que vão se alimentar bem e na hora certa porque, embora as refeições tenham sido distribuídas pelo serviço social, todos vivem sozinhos e essa companhia, mesmo virtual, representa um estímulo. Esse “encontro” também é uma forma de checagem: se a enfermeira notar algo diferente, pode acionar um cuidador para fazer uma visita.

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