Cirurgias em idosos: um novo desafio para os médicos

Sandro Azevedo | 3669 Visualizações | 2019-07-24T08:41:17-03:00

via : Ciência e Saúde
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Estudos normalmente analisam pessoas até 65 ou 70 anos, por isso não há um protocolo para os pacientes acima dessa faixa etária

Na terça passada, publiquei uma coluna sobre câncer do estômago e o entrevistado, o cirurgião oncológico Raphael Araújo, falava sobre o desafio que as cirurgias em pacientes cada vez mais idosos representava para os médicos. Como os estudos realizados normalmente analisam pessoas até 65, no máximo 70 anos, não há um protocolo 100% confiável para os profissionais que se deparam com a decisão de levar indivíduos acima dessa faixa etária para o centro cirúrgico.

Estudos normalmente analisam pessoas até 65, no máximo 70 anos, por isso não há um protocolo 100% confiável para os profissionais que se deparam com a decisão de levar indivíduos acima dessa faixa etária para o centro cirúrgico  — Foto: Divulgação Bayer

Estudos normalmente analisam pessoas até 65, no máximo 70 anos, por isso não há um protocolo 100% confiável para os profissionais que se deparam com a decisão de levar indivíduos acima dessa faixa etária para o centro cirúrgico  — Foto: Divulgação Bayer

Estudos normalmente analisam pessoas até 65, no máximo 70 anos, por isso não há um protocolo 100% confiável para os profissionais que se deparam com a decisão de levar indivíduos acima dessa faixa etária para o centro cirúrgico — Foto: Divulgação Bayer

Mês passado, o jornal “The New York Times” tratou do mesmo tema: nos EUA, os acima dos 65 anos equivalem a 16% da população, mas correspondem a 40% dos que se submetem a cirurgias. Esse é o tipo de quadro que só tende a se ampliar e demanda uma discussão mais profunda. É que propõe um dos entrevistados. O cirurgião Clifford Ko, da Universidade da Califórnia, contou que recentemente operou um homem de 86 anos com câncer colorretal. Lembra que, há dez anos, a simples perspectiva de levar um paciente dessa idade para a sala de operações já envolvia questões como: “será que ele sobrevive à cirurgia?”.

No entanto, mais e mais octogenários se submetem a procedimentos complexos. Ao lado do também cirurgião e geriatra Ronnie Rosenthal, da Universidade de Yale, o doutor Ko integra um grupo que se preocupa com a qualidade dos resultados obtidos. Como era de se esperar, os riscos e complicações aumentam com a idade. Estudos mostram que pacientes acima dos 80 submetidos a cirurgias de pulmão, esôfago e pâncreas têm um índice de mortalidade bem acima daqueles entre 65 e 69 anos. Além de doenças crônicas, a internação em hospitais é um fator extra que conspira contra sua recuperação.

O Colégio Americano de Cirurgiões criou um protocolo a ser adotado para cirurgias envolvendo idosos. Num primeiro momento, os médicos acreditam que cerca de cem instituições deverão aderir a essas regras. Além de checar as vulnerabilidades desse paciente, será levado em conta o tipo de medicação a ser ministrada, para evitar danos. Por último, a comunicação deve ser muito clara, para não mascarar o risco de complicações ou criar falsas expectativas.

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