Nos equipamentos de refrigeração, a escolha do fluido refrigerante é fundamental e afeta diretamente o desempenho do sistema.
Entre as diferentes opções disponíveis no mercado a amônia tem se destacado e se tornou uma das mais utilizadas nas grandes instalações frigoríficas. Isso porque a substância química, representada pela sigla NH3, possui um elevado calor de vaporização.
Essa característica torna a amônia ideal para aplicações voltadas à refrigeração, garantindo um excelente desempenho energético, de forma a reduzir os custos de operação. Além disso, ela é um dos fluidos refrigerantes mais ecológicos, com zero potencial de aquecimento global e zero potencial de deterioração do ozônio.
Infelizmente, porém, devido à falta de manutenção e cuidados nas operações frigoríficas o vazamento de fluidos é um problema comum. E com a amônia não é diferente.
Os riscos do vazamento de amônia nos equipamentos de refrigeração
A substância vazada em ambientes fechados que impede sua rápida dissipação apresenta riscos à saúde e à segurança. No caso da saúde, mesmo em baixas concentrações possui um efeito tóxico que afeta as vias respiratórias e os olhos.
Dor e irritação são sintomas comuns e, nos casos mais graves, há riscos de morte por asfixia química. Quanto à segurança o vazamento de amônia cria o risco de explosões dentro do ambiente.
Diante desse quadro é muito importante que as empresas tomem medidas preventivas a fim de evitar os vazamentos. E, caso ocorram, procedam corretamente.
Como em casos de vazamento de amônia na refrigeração industrial?
Em nossa legislação existem diversas normas que discorrem sobre o uso da amônia com o objetivo de promover a segurança e saúde do trabalho.
Um bom exemplo é a NR36 que versa sobre prevenção de acidentes com a amônia.
Embora essas normas possam dar um norte sobre como agir é fundamental que cada empresa tenha um plano de emergência determinado. E, uma vez definido esse plano, baseado nas normas regulamentadoras, treinamentos periódicos devem ser realizados.
Vale lembrar que o vazamento de fluidos não é uma ocorrência com alto grau de excepcionalidade, pelo contrário. Dessa forma, é preciso que todos saibam como agir caso o problema aconteça. Uma boa base para seu plano de emergência são os seguintes passos:
1. Informar o departamento de segurança
Assim que for detectado o vazamento de amônia é importante que a segurança da empresa seja avisada imediatamente. Quanto antes ela começar a agir, menores serão os riscos de danos graves.
2. Evacuação do local
A depender da gravidade do vazamento, evacuar todos os presentes no local é uma ação necessária. É importante que a avaliação sobre a necessidade ou não do procedimento seja realizada rapidamente.
3. Remover toda fonte de ignição
A remoção das fontes de ignição é importante para evitar explosões que possam ocorrer devido à presença da substância no ambiente.
4. Garantir ventilação adequada para dispersar o gás
Seus equipamentos de refrigeração devem estar instalados em locais que permitam uma ventilação adequada em casos de vazamento. O grande risco da amônia é sua alta concentração em locais fechados. Após o vazamento garantir sua dispersão é essencial.
5. Socorrer as vítimas
Em paralelo a essas medidas é fundamental providenciar os primeiros socorros para as vítimas que foram atingidas pelo gás. No caso dos olhos, é preciso que eles sejam lavados com água corrente durante cerca de quinze minutos.
Já nas vias respiratórias as vitimas devem ser levadas a locais arejadas e deve ser realizada a administração de oxigênio por máscara facial ou cateter nasal.
A amônia é uma excelente escolha para seus equipamentos de refrigeração. Porém um plano de emergências contra vazamento de amônia evita prejuízos e o mais importante: salva vidas.
Riscos a Saúde
Os trabalhadores em todas as indústrias devem saber que, apesar de seu uso comum, a amônia representa riscos à saúde e, esses riscos exigem uso adequado de equipamentos de proteção individual (EPI) e procedimentos de segurança e manuseio bem elaborados.
A amônia é considerada um produto químico perigoso, corrosivo para a pele, olhos, vias aéreas superiores e pulmões.
A amônia tem um cheiro característico e, é irritante quando inalada, e o nariz é geralmente o primeiro a sentir os sintomas da exposição. Caso seja inalada, pode causar tosse, chiado no peito, falta de ar, asfixiar e queimar as vias aéreas superiores.
Para evitar a superexposição a amônia é importante conhecer os limites de exposição, as concentrações e propriedades dos materiais que podem reagir com o NH3 em seu ambiente de trabalho. É importante alojar e armazenar esses materiais em um local fresco, seco e longe de materiais incompatíveis, tais como cloro, ácidos, oxidantes e metais. Caso vá utilizar algum produto que contenha NH3 em sua fórmula, faça isso em áreas bem ventiladas e com facilidade de acesso a saída e próximo a torneiras onde possa se lavar em caso de exposição. Nunca misture amônia com cloro (alvejante) porque a combinação cria cloraminas, um gás extremamente tóxico e irritante. No ambiente de trabalho, use os EPIs adequados para as tarefas de trabalho onde haja presença de NH3, elabore estudo ssobre as condições, riscos e planos de emergência para esse produto.
Limites de Exposição
NR15 – 20 ppm
ACGIH (2010) – 25 ppm
IDLH – 300 ppm (IPVS)
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