Técnico de Segurança do Trabalho: A Base de Toda a sua Essência
Editor: Sandro Azevedo
Postagem: 2020-11-23T16:08:32-03:00
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No decorrer de um processo claramente irreversível, nós amadurecemos profissionalmente. Entender, portanto, que nenhum momento é igual a outro, e que cada empresa em particular, possui os seus moldes estruturais, comportamentais e organizacionais, distintamente característicos, é também considerar que, ao lidarmos com a saúde e a segurança no ambiente de trabalho, absorvemos valores distintos, que se encontram diretamente ligados, não apenas a uma teoria adquirida através de estudos, mas principalmente, à uma vivência prática, incorporada à nossa própria realidade ocupacional. Assim, novos padrões são adaptados, e a cada nova situação, exigimos de nós, uma nova postura.

Dois termos muito próximos, porém, sutilmente distintos, diferem o perfil de um Técnico em Segurança do Trabalho: o ato de “Fazer prevenção", e a qualificação para se aplicar “prevencionismo”.  Importante ressaltarmos, que nem todo profissional que faz prevenção, consegue aplicar a ciência prevencionista, todavia, aplicá-la, é garantir a eficácia para todo e qualquer tipo de prevenção necessária.

Quando se faz prevenção, se analisa, por exemplo, as causas de um acidente, visando desenvolver mecanismos e propulsores, que impossibilitem a ocorrência de novos acometimentos, vinculados às causas previamente atribuídas às condições inicialmente analisadas, em uma determinada atividade. Por outro lado, aplicar prevencionismo, significa estudar os ambientes de trabalho, bem como, as variáveis comportamentais, específicas para cada atividade, visando neutralizar a potencialidade dos incidentes e acidentes nos ambientes de trabalho. Neste caso, para resumir, podemos nos utilizar da seguinte expressão:  “O desafio é impedir que o suor de um trabalhador se transforme em sangue”.

Profissão ou Princípio?

É fato que a automatização será inevitável, e a substituição de humanos por softwares, também será rápida, sobretudo, em países mais desenvolvidos, como Japão, Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos. Segundo estudos realizados, cerca de um terço dos postos de trabalho nestes países, poderão ser ocupados por robôs até 2030. Apesar de ainda não termos uma estimativa para o Brasil, sabemos que aqui, muitas transformações acontecerão também neste cenário. Mas, e o Técnico de Segurança do Trabalho?

"Qualquer trabalho que seja rotineiro ou previsível, será feito por um algoritmo matemático dentro de cinco ou dez anos”. Essa é a previsão do americano John Pugliano, o polêmico autor de The Robots are Coming: A Human's Survival Guide to Profiting in the Age of Automation ("Os robôs estão vindo: Um guia de sobrevivência humana para lucrar na era da automatização).

Há 35 anos, exatamente, foi promulgada a lei nº 7.410, no dia 27 de novembro de 1985, que regulamenta a profissão do Técnico de Segurança do Trabalho no Brasil, sob o Decreto nº 92.530, de 9 de abril de 1986.  Acontece que as leis do homem são mutáveis, e meio as circunstâncias incertas do nosso atual panorama, não podemos descartar que novas redações e leis substitutas, possam vir à tona, trazendo mudanças impactantes para o cenário desta profissão, portanto, é nesta órbita que devemos refletir.

Mas essa reflexão não carece ser traumática, basta que se mantenha firme diante das possíveis mudanças. O papel que exercemos é extremamente valioso para as organizações, sendo assim, que façamos a diferença onde quer que estejamos, e a qualquer tempo.

Mas enfim, valemos pela categoria profissional que hora representamos, segundo os pilares da legislação vigente, ou pelo princípio prevencionista incorporado a esta, capaz de identificar os riscos presentes nos ambientes e atividades, levantar e estudar estatísticas de acidentes do trabalho, doenças profissionais e do trabalho, analisando suas causas e gravidade, visando a adoção de medidas preventivas?

Afinal de contas, independente da profissão que se abrace, sempre existirão riscos ocupacionais, mesopatias, condições inseguras, acidentes de trabalho, etc, e para tanto, as organizações, permanecerão necessitando de profissionais capazes de lidar com isso. Assim, concluímos que, muito mais importante que a nomenclatura de uma profissão, é o “princípio mobilizador” intimamente associado a ela, visto que é através deste princípio, movido pelo conhecimento técnico e pela ética comportamental, que um profissional habilitado, agrega os valores necessários, para o seu proficiente desempenho.

Portanto, que nos enxerguemos não apenas como Técnicos de Segurança do Trabalho, mas acima de tudo, como prevencionistas dedicados, por amor e por vocação, e que desta forma, possamos continuar contribuindo para a construção de uma sociedade mais saudável, mais segura e sustentável.  

É desta forma, que nos utilizamos dessas linhas, para registrar a nossa singela homenagem à todos os Técnicos de Segurança do Trabalho do Brasil, profissionais diferenciados, que merecem não apenas destaque, mas também, todo o nosso respeito e reconhecimento.

 

Por: Sandro de Menezes Azevedo

Presidente/ASPROTEST

Diretor de Assuntos Jurídicos e de Eventos/SINTEST-SE

Segundo Secretário Geral/FENATEST

Idealizador/SAFENATION BRASIL