Durante o atendimento a emergências ou desastres onde vários entes públicos e empresas privadas possam estar atuando no mesmo teatro de operações podemos encontrar algumas dificuldades quanto às questões de hierarquia e integração de esforços entre as agências que respondem a uma situação crítica. É a definição de quem coordena, comanda ou é o “responsável” pela ocorrência.
A falta de um sistema de comando que integre as operações como um todo, pode acabar permitindo desta forma que os entes (públicos ou privados) envolvidos atuem de forma independente, sob comando próprio, não considerando recursos, objetivos e prioridades comuns e específicas. Resta claro desta forma a importância da adoção e emprego de um sistema de comando tanto único quanto unificado, de forma a permitir que pessoas de diferentes organizações trabalhem de forma integrada, rápida e eficaz em uma estrutura de gerenciamento comum. Por isso acreditamos que o Sistema de Comando de Incidentes – SCI (ICS em inglês), por ser um sistema de coordenação integrada de recursos, voltado para o gerenciamento e resposta adequada em situações críticas, por utilizar a combinação de pessoal, equipamentos, procedimentos, comunicações e instalações, bem como operar por meio de metodologia e características próprias, com fins de administrar os recursos disponíveis de forma a obter uma resposta efetiva ao evento, incidente ou operação, possa ser a chave para o sucesso no atendimento a emergências e desastres e deveria ser incentivada sua utilização em locais onde seu emprego já não está sistematizado.
O SCI já foi colocado à prova inúmeras vezes e mostrou sua eficiência, por isso podemos afirmar que os resultados de se ter um sistema de comando implantado são muitos, já que ele é uma ferramenta gerencial, de concepção sistêmica e contingencial, que padroniza as ações de resposta em situações críticas de qualquer natureza ou tamanho, tornando desta forma sua utilização na prática muito importante e eficaz.
O SCI quando corretamente utilizado não só aumenta a eficiência e eficácia dos trabalhos de comando e resposta, mas amplia sobretudo a segurança dos envolvidos, reduzindo a perda de vidas e bens além de evitar/mitigar possíveis impactos ambientais, podendo desta forma representar o diferencial entre o sucesso e o fracasso da missão, quer seja um desastre ou uma emergência.
Por: Marco Aurélio Nunes da Rocha
Técnico em Segurança e em Emergências Médicas. Graduado em Segurança e Pós-Graduado em Gerenciamento de Emergências e Desastres, em Segurança e Higiene Ocupacional, em Toxicologia Geral e em Segurança contra Incêndio e Pânico. Especialista em Urgência e Emergência Pré-hospitalar. Professor de cursos de Pós-Graduação de Engenharia de Segurança do Trabalho, Engenharia de Prevenção e Combate a Incêndios, Defesa Civil, Gestão de Emergências e Desastres e em APH Tático. Membro da International Association of Emergency Managers (AEM/USA). Diretor do SINDITEST/RS.