Perigo mundial: os danos da exposição a produtos químicos tóxicos
Editor: Sandro Azevedo
Postagem: 2019-04-11T15:00:21-03:00
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Usualmente, produtos químicos são compostos pela mistura de duas ou mais substâncias. Usados para os mais diversos fins dentro da indústria, esses produtos podem ser tóxicos. Desse modo, ao manuseá-los, é fundamental que haja muito cuidado. Além disso, se faz obrigatório o uso de equipamento de proteção individual.

Os danos que os produtos químicos tóxicos podem causar não são brandos, podendo inclusive colocar vidas em risco. No entanto, infelizmente, não parece haver uma conscientização mundial forte a respeito desse assunto.

Uma prova disso está nos estudos recentemente divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU) e seus programas focados Organização Internacional do Trabalho (OIT) e Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Segundo relatórios recentes, a cada 30 segundos um trabalhador no mundo morre por exposição imprópria a químicos tóxicos. Ou seja, se trata, sem dúvida, de um número alarmante.

Desse modo, como minimizar esses riscos? O que dizem as pesquisas mundiais mais recentes sobre o tema? E quais são os EPIs ideais para a proteção na lide com produtos químicos tóxicos?

OIT e ONU alertam para os riscos da exposição a produtos químicos tóxicos

Quando falamos de produtos químicos tóxicos, a grande questão é que eles não têm seu poder de alcance limitado apenas ao ambiente onde são manipulados. Ou seja, por sua natureza volátil, tais substâncias podem facilmente entrar em contato com o meio ambiente. E, assim, causar danos à toda a população do entorno.

Para a ONU, essa é a característica mais preocupante de tais substâncias. Quem confirma é o relator especial do orgão, Bastuk Tuncak, alertando para o fato de que é preciso que governos e empresas aumentem seus esforços para proteger trabalhadores e a comunidade contra a exposição a produtos químicos tóxicos.

Tal constatação é fácil de ser apoiada nos dados recentes publicados pela OIT. A entidade informou que cerca de um trabalhador morre a cada 30 segundos no mundo devido a exposição a produtos químicos tóxicos. São itens como pesticidas, radiação e outras substâncias prejudiciais que causam tais danos.

Para a ONU, essa taxa alarmante de óbitos se deve ao desrespeito de empresas e órgãos governamentais aos preceitos básicos de proteção na lide com tais materiais. Ou seja, no que depende da postura de seus superiores, o trabalhador está, na maioria das vezes, despreparado para lidar com substâncias tão perigosas.

Ainda no relatório trazido por Tuncak, foi estudada a situação dos trabalhadores expostos a produtos químicos ao redor de todo o mundo. Segundo o documento, mais pessoas morrem no mundo por causas decorrentes da poluição do que por contaminação por HIV, tuberculose e malária juntas.

Ou seja, uma em cada nove morte no mundo é por conta dessa contaminação do ambiente. Números que chocam e exigem que mudanças aconteçam.

O que diz o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA)

Buscando entender como a produção de substâncias químicas tóxicas têm impactado a economia e a sociedade como um todo, o PUNMA divulgou relatório recente sobre o assunto.

Segundo o órgão, produtos químicos como corantes e detergentes estão substituindo itens tradicionais de base animal, vegetal ou cerâmica. Desse modo, o estimado é que as vendas de produtos químicos cresçam em até 3% até 2050 em todo o mundo.

O que isso significa? Em linhas gerais, o risco reside no fato de que toda essa produção gera um montante brutal de resíduo na natureza, aumentando a exposição da população a riscos químicos. Seja por contaminação de solo, ar ou água, essas substâncias não se desvanecem fácil. E, assim, se tornam ainda mais propensas de contaminar a população.

A orientação da PNUMA para minimizar esses possíveis danos é a criação de ações que unam governo e indústria em prol de reduzir tais riscos. Desse modo, focando no manejo adequado dos produtos químicos e seus resíduos.

Os EPIs para manuseio de produtos químicos tóxicos

Enquanto entidades, governo e indústria debatem saídas para tornar menos nocivo o contato com produtos químicos tóxicos com a natureza, é preciso também atentar para a proteção dos profissionais que lidam diariamente com tais substâncias.

Nesse sentido, os equipamentos de proteção individual (EPI) se mostram essenciais. Isso porque, além de evitar a contaminação propriamente dita, o EPI ajuda a evitar acidentes, incidentes e até irritações causadas pelo contato direto com os produtos.

Desse modo, o uso de EPIs se torna fundamental para garantir a segurança dos profissionais que lidam com produtos químicos tóxicos em seus ambientes de trabalho.

No Brasil, a regulamentação para o uso de tais equipamentos foi estabelecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego através da Portaria N.º 3.214. Além disso, a Norma Regulamentadora N.6 traz definições especificas sobre o uso dos EPIs.

Baseado nisso, trazemos a seguir uma lista dos EPIs mais indicados para o trato com produtos químicos tóxicos. São eles:

- Óculos;

- Toucas para cabelo;

- Máscaras;

- Luvas;

- Cremes protetores;

- Aventais;

- Botas;

- Calças ou perneiras;

- Protetores auriculares;

- Capuz;

- Protetores faciais, como balaclava.

Conclusão

Produtos químicos tóxicos são nocivos e, se manipulados de maneira temerária, podem até causar vítimas fatais. Tais substâncias não se limitam ao seu ambiente de uso, podendo causar danos também para a população do entorno de grandes industrias e fábricas que tenham tais compostos em sua produção.

Por isso, hoje os produtos químicos tóxicos matam uma pessoa a cada 30 segundos em todo o mundo. Desse modo, é urgente se criar uma política de maior segurança para o manuseio de tais substâncias, para que sua proliferação no meio ambiente seja minimizada tanto quanto possível.

Do lado de dentro das fábricas, cabe orientar funcionários e cumprir os rigores da lei sobre o tema, bem como da NR6. Equipamento de Proteção Individual adequado, conscientização e condições ideais de trabalho tornam mais fácil reverter esse quadro perverso que se vive hoje.