O que são vasos de pressão?
Indústrias que manipulam fluidos ou gases com pressões diferentes da atmosférica devem lidar com vasos de pressão. Mas o que são eles? Eles têm apenas um tamanho? O que eles protegem de fato?
Trata-se de reservatórios que não têm apenas um único tamanho ou tipo. Eles têm várias dimensões, para atender qualquer tipo de empresa e produto. Também podem ser usados para diferentes finalidades.
A principal delas, no entanto, é regular a pressão interna, principalmente quando ela for diferente da pressão ambiente. Quando são submetidos à tensão externa, podem simplesmente armazenar seu conteúdo.
Os vasos de pressão são fundamentais nesses tipos de companhias, pois também constituem um mecanismo de segurança.
Conheça mais sobre vasos de pressão ao longo deste texto. Você saberá quais são seus tipos, usos e a norma que os rege.
Quais os tipos de vasos de pressão existentes?
Como a indústria tem uma atividade muito heterogênea, essa característica também deve estar presente nos vasos. Existem vários tipos, para atender aos mais diferentes usos e particularidades de cada setor.
A partir de agora, você saberá quais são essas variedades, para que elas servem e também quais os tipos de indústrias que atendem.
Os vasos sujeitos a chamas, como o próprio nome diz, são usados em locais com presença de fogo. Dois exemplos dessa variedade são os fornos e as caldeiras.
Já os não sujeitos a chamas não contam necessariamente com fogo, mas estão sujeitos a temperaturas altas. Alguns exemplos são os mais variados tipos de reatores, torres de destilação fracionada, retificação e absorção, bem como vasos de armazenamento e acumulação.
O vaso mais utilizado na indústria em geral, independentemente do setor de atuação, é o cilíndrico. Costuma ter uma fabricação mais fácil, permitindo chapas inteiras. Seu transporte é simples em comparação com as outras variações e é um vaso de pressão usado para uma ampla gama de serviços.
Esse formato pode ser disposto tanto na vertical quanto na horizontal. Isso não se dá apenas por facilidade de alocação ou qualquer razão voluntária. Os vasos precisam estar nessas posições para desempenharem melhor suas funções.
Os verticais são usados para facilitar a ação da gravidade para o deslocamento dos fluidos ou gases, principalmente quando essa força se torna indispensável. Tem a vantagem de ocupar uma área menor na empresa por causa de sua disposição, mas costumam ser mais caros do que o tipo a ser explicado a seguir, o horizontal.
Esse tipo de vaso de pressão é mais comum do que os verticais e grande parte dos vasos de acumulação possuem essa disposição. São muito usados para trocadores de calor.
Além dos horizontais e verticais, os vasos também podem ser inclinados. Entretanto, seu uso é bem menor, especialmente quando não há uma outra maneira de escoar os fluidos ou gases, sendo parte do processo industrial.
A inclinação facilita o transporte de elementos que necessitam da ação gravitacional, mas a posição vertical não é suficiente que isso seja feito de forma eficiente.
Os vasos de pressão podem ser também geminados, quando duas ou mais unidades permanecem unidas, formando uma única peça. Essa disposição se torna mais econômica para a indústria e oferece vantagens, principalmente no momento em que a pressão do lado convexo do tampo intermediário é controlada.
Mesmo que certos gases e fluidos necessitem de condições especiais para um perfeito escoamento, o vaso esférico se mostra o mais ideal de todos. Por conta de seu formato, ele pode ter uma parede com menor espessura, sendo mais leve e possibilitando que a pressão e o volume tenham condições iguais.
Há também os vasos de formato de cone, muito usados para unir duas unidades de diferentes espessuras. Também é muito útil para escoar fluidos muito viscosos, que normalmente ocasionam muitas perdas em vasos de pressão de outros formatos.
Seja qual for o tipo ou maneira de instalação, o projeto de cada unidade precisa ser resistente às pressões, tanto externas quanto internas. O modelo deve ser escolhido de acordo com o produto a ser escoado, bem como a intensidade da compressão.
Seu uso, de uma maneira geral, é mais frequente em refinarias químicas e petroquímicas. Normalmente, são fabricados em aço carbono nas variedades A-36, A-283-C, A-515-60/70 ou A-516-60/70.
É comum encontrar unidades feitas também em aço inox AISI 304, 304L ou 316L. Algumas delas também são fabricadas em ligas especiais.
Onde são utilizados os vasos de pressão?
Como mencionado anteriormente, os vasos de pressão são facilmente encontrados em empresas do setor químico e petroquímico. No entanto, indústrias de outros setores também necessitam usá-los nas suas atividades diárias.
Ramos de atuação como o farmacêutico, alimentar, açúcar e álcool também devem contar com esse recurso, bem como qualquer setor que precise acomodar e escoar gases ou fluidos.
Os vasos de pressão podem ser úteis em todo o processo industrial ou em uma parte dele somente. Em alguns momentos, apenas uma atividade necessita deles, mas, mesmo assim, devem ser utilizados, pois trata-se de um mecanismo não só de facilitação, mas também de segurança. O texto abordará isso mais detalhadamente mais adiante.
Eles precisam ser utilizados de forma contínua, sem paradas nem para manutenção. Um único dia em que não funcionem, seja por falha ou para seu conserto, geralmente provoca um alto prejuízo para a corporação.
Como lidam também com materiais bastante tóxicos, que necessitam de todos os cuidados possíveis para manipulação, seu uso deve seguir todas as normas e testes que a legislação brasileira estabelece. Entre essas substâncias, algumas são inflamáveis, tóxicas ou até mesmo letais.
Quais equipamentos e documentos são necessários para o funcionamento de um vaso de pressão?
Como um instrumento que manipula todos os tipos de gases e fluidos e vital para o funcionamento de uma indústria, algumas obrigações precisam ser relizadas para a instalação e funcionamento de um vaso. Isso deve ser feito em qualquer tipo de empresa que conte com uma ou mais unidades em suas instalações.
Primeiramente, o texto abordará os equipamentos e cuidados que devem ser tomados nesses momentos.
O ponto de fixação nunca pode ser único. Antes de soltar ou simplesmente folgar qualquer uma de suas conexões, o vaso de pressão deve estar despressurizado. Para isso, é mais seguro abrir uma válvula de purga do sistema até que não haja mais pressão.
A leitura do manômetro é importante, mas a segurança de toda a equipe que trabalha nos setores diretamente envolvidos com essa substância é ainda mais fundamental.
Diariamente, a pressão deve ser verificada, bem como as condições de operação. O que regulamenta isso e deve servir de parâmetro é a placa de identificação que deve estar sempre afixada ao vaso.
Todas as unidades devem ter um livro de registro de segurança. Nele, todas as ocorrências devem ser registradas, como inspeções, manutenções, troca de quaisquer peças, enfim, tudo o que acontece.
Vale lembrar que todos os reparos ou soldas nas partes pressurizadas do vaso de pressão devem ser realizados por um profissional especializado ou o próprio fabricante. Para isso, deve ser feito anteriormente um projeto, denominado PAR (Projeto de Alteração ou Reparo).
É indispensável realizar uma manutenção todos os anos. Na inspeção interna periódica, todas as válvulas de descarga devem ser desmontadas, vistoriadas e calibradas.
Lembrando que todos os procedimentos de segurança são estabelecidos pela NR-13 (Norma Regulamentadora 13).
Além do livro de ocorrências e da placa que deve ser sempre instalada no vaso de pressão, é fundamental também que haja um prontuário, que pode ser fornecido pelo próprio fabricante ou reconstituído. Os relatórios de inspeção também deve estar sempre disponíveis.
A falta de qualquer um desses itens, assim como a de manutenção regular estabelecido pela lei, está sujeita a multas de diversos valores, variando entre R$ 400 e R$ 20 mil. Em alguns casos, pode até mesmo ocorrer o embargo ou interdição do vaso, acarretando prejuízos ainda maiores para a empresa.
Qual a importância da NR 13 para os vasos de pressão?
A Norma Regulamentadora foi aprovada pela Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Importante para a instalação e funcionamento dos vasos na indústria, ela regulamenta os requisitos mínimos para isso não apenas nesses equipamentos, como também em caldeiras a vapor. Também tem sua importância em tubulações de interligação.
Dentre as funções da lei, destacam-se, além de instalação e operação, a inspeção habitual e manutenção em caso de qualquer problema. Também é importante para oferecer as condições ideais de trabalho para todos os colaboradores que, de uma forma ou de outra, precisam realizar atividades relacionadas aos vasos de pressão e às substâncias que passam por eles.
A NE 13 classifica os vasos de acordo com os seus fluidos e gases, da seguinte maneira:
Classe A – Combustíveis em geral, inflamáveis, acetileno, hidrogênio e tóxicos;
Classe B – Todas as substâncias cuja temperatura não ultrapasse 200 graus Celsius;
Classe C – Vapor de água, ar simples e ar comprimido e gás asfixiante;
Classe C – Todos os gases e fluidos que não estão listados nas categorias anteriores.
Todas as caldeiras que acumulam vapor, seja qual for a fonte de energia utilizada, são regidas por essa norma regulamentadora. As tubulações também são controladas por ela.
Como você pôde perceber pela classificação, os vasos de pressão não são iguais e, por isso, alguns aspectos são analisados pela lei separadamente. A inspeção é no mínimo anual, mas pode ser mais frequente dependendo do tipo de equipamento.
Os principais requisitos que determinam essa periodicidade são o tipo de fluido comportado pelo equipamento, além de seu estado geral.
Os itens que mais contribuem para a falta de segurança na empresa, principalmente para seus colaboradores, são:
- Falta de uso de equipamentos imprescindíveis para o bom funcionamento do vaso de pressão, como iluminação, identificação, inspeção de rotina e ventilação;
- Falta de válvula de segurança;
- Falta do manômetro, responsável por medir a pressão no equipamento;
- Falta de instruções que detalham as medidas a serem tomadas em caso de qualquer urgência, como acidentes. Deve haver mais de uma saída de emergência, que devem ser sinalizadas e amplas, possibilitando a evacuação.
A NR 13 é tão importante, que combate verdadeiros desastres nas indústrias, como vazamentos e explosões, evitando acidentes e até mortes. Também evita danos ao meio ambiente, uma vez que se lida com substâncias tóxicas durante todo esse processo.
Além disso, a norma prevê que todos os colaboradores que trabalham com vasos de pressão devem ser devidamente treinados e participarem de cursos de atualização da NR 13, que existem desde 1995.
Como você viu ao longo deste texto, os vasos de pressão são equipamentos importantes, pois deles dependem o escoamento de inúmeras substâncias. Porém, todos os cuidados devem ser feitos, primeiramente para evitar prejuízos para a companhia, e, claro, garantir a integridade de todas as pessoas envolvidas nesse processo.