Estudos mostram que as infecções relacionadas à assistência em saúde (IRAS), que são aquelas adquiridas durante a prestação dos cuidados de saúde, são um dos principais problemas de saúde pública, não apenas no Brasil, mas no mundo. Devido ao constante surgimento de novas cepas de microrganismos, em sua grande maioria, resistentes aos múltiplos antimicrobianos, tais infecções têm sido alvo de pesquisas e ações em locais de assistência à saúde, visando a diminuição de gastos com o prolongamento das internações e as mortes em excesso.
Qualquer infecção adquirida após a admissão do paciente, que se manifeste durante ou após a alta, e que esteja relacionada com a internação ou procedimentos realizados durante a mesma, ou ainda com procedimentos realizados em ambulatórios, consultórios e outras unidades de atendimento a saúde, são consideradas infecções relacionadas à assistência em saúde. A contaminação cruzada é uma das principais causas da disseminação de microrganismos, sendo as mãos de profissionais de saúde e de pacientes, a via mais comum para a transferência de patógenos. A lavagem das mãos, a sanitização de artigos e superfícies, a utilização dos equipamentos de proteção individual e a observação das medidas de assepsia, são medidas eficazes para evitar a transmissão de microrganismos, e consequentemente, a ocorrência das IRAS. De fato, tem sido demonstrado que a higienização das mãos dos profissionais de saúde, é a medida mais eficaz para inibir a disseminação de infecções em ambientes de assistência à saúde.
As infecções hospitalares podem ser ocasionadas por uma ampla gama de microrganismos, principalmente por bactérias constituintes da microbiota humana, as quais se tornam oportunistas em indivíduos imunodebilitados.
A transmissão de microrganismos ocorre por contato direto ou indireto, através do ar e de secreções, em vários momentos do dia. No caso de uso de banheiros, ela ocorre na manipulação de descargas, pias e maçanetas contaminadas.
No Brasil, a maioria dos estudos relacionados a superfícies contaminadas é realizada em hospitais, sendo evidente a necessidade de investigações em outros locais que realizam assistência à saúde.
Predominantes da microbiota intestinal humana e associadas tanto a infecções na comunidade quanto às infecções nosocomiais, as enterobactérias podem originar numerosos processos patogênicos, como abcessos, meningites, sepses, pneumonias, infecções do trato urinário, infecções gastrintestinais, colonização de cateteres e infecções em feridas operatórias.
Foi constatado que o maior grau de contaminação dentre as três principais superfícies analisadas, em banheiros hospitalares, foi a torneira.
É de suma importância que algumas medidas sejam tomadas, como a educação continuada dos colaboradores e a implantação de boas práticas de higienização pelos colaboradores e pacientes. Além disso, devido aos escassos estudos em Unidades Básicas de Saúde, evidencia- se a necessidade de maior atenção neste tema, por tratar-se do primeiro contato do paciente com os serviços de saúde.