Exposições Ocupacionais a Substancias Ototóxicas
Editor: Sandro Azevedo
Postagem: 2019-10-09T20:17:39-03:00
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Trabalhadores expostos a substancias ototóxicas podem desenvolver doenças como a labirintite e até perdas auditivas, mesmo sem exposições a níveis de ruído elevado.

A hipoacusia ototóxica ou perda da audição ototóxica é a perda auditiva, do tipo neurossensorial, induzida por substâncias químicas de origem endógena ou exógena. O efeito ototóxico pode alcançar, também, com frequência, o aparelho do equilíbrio.

Para um diagnóstico eficiente de perdas auditivas neurossensoriais ototóxicas o Médico do Trabalho Examinador deverá possuir acesso a todo histórico das exposições ocupacionais do paciente a ruídos e agentes ototóxicos. Esse histórico deverá compreender os exames audiométricos juntamente com outros exames relacionados, anamnese do trabalhador, queixas, PPRA e levantamento ambiental do local de trabalho.

As medidas de controle ambiental com o objetivo de neutralizar ou reduzir as exposições a substancias ototóxicas a patamares seguros compreendem:

a) Enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível utilizando sistemas hermeticamente fechados;

b) Aplicação das Normas de Higiene e Segurança Ocupacional de forma adequada;

c) Projeto e instalação de sistemas de ventilação exaustora adequados e eficientes;

d) Monitoramento sistemático das concentrações no ar ambiente;

e) Adoção de medidas administrativas ou de organização do trabalho, como por exemplo, redução do número de trabalhadores expostos e do tempo de exposição;

f) Medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal (recursos para banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário);

g) Fornecimento de EPI;

h) Substituição de substancias por outras atóxicas ou de menor toxidade.

As medidas preventivas de medicina ocupacional para prevenção das patologias são:

a) Avaliação clínica com pesquisa de sinais e sintomas otoneurológicos, por meio de protocolo padronizado e exame físico criterioso;

b) Exames complementares orientados pela exposição ocupacional;

c) Informações epidemiológicas;

d) Análises toxicológicas;

e) Afastamento imediato do trabalhador do ambiente de trabalho contaminado até que as medidas de segurança do trabalho sejam executadas e comprovadas como eficazes.

Dentre outros critérios estabelecidos pela NR-07 a perda auditiva ocupacional é sempre bilateral.

Hipoacusia Ototóxica:

Perda auditiva do tipo neurossensorial, induzida por substâncias químicas de origem endógena ou exógena. O efeito ototóxico pode lesar o aparelho do equilíbrio (manifestações vestibulares);

Fatores Endógenos:

Ação de toxinas bacterianas, nefropatias e diabetes como indutores de perda auditiva;

Fatores Exógenos:

Ação de Substâncias Ototóxicas;

Patogênese e sintomatologia ototóxica:

a) Tinido (geralmente aparecendo como o primeiro sintoma);

b) Perda auditiva (surdez neurossensorial inicialmente para tons agudos e posteriormente evolui para os demais: Frequências altas => médias => inferiores. Sempre bilateralmente);

c) Vertigem posicional (associada a náuseas);

d) Distúrbios do equilíbrio, com vertigem e instabilidade de marcha (deambulação);

e) Osciloscopia (Fraqueza de fixação devida a um distúrbio do reflexo vestibulococlear)

Os profissionais da área de Segurança e Saúde Ocupacional devem ser alertados sobre os efeitos combinados acerca das exposições ao ruído e a substâncias ototóxicas.

Levando-se em conta os riscos iminentes das exposições dos trabalhadores as substancias ototóxicas utilizadas nos processos de produção, fica evidente que as empresas também devem adequar seus Programas de Segurança e Saúde no Trabalho, como o PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional e o PCA – Programa de Conservação Auditiva, a esses riscos. Tal adequação deve ocorrer através do reconhecimento, quantificação, dimensionamento das exposições e prescrição das medidas preventivas necessárias e suficientes para neutralização ou redução das exposições dos trabalhadores a patamares seguros.

Por Heitor Borba