Dicas de segurança para operação de retroescavadeiras e pás-carregadeiras
Editor: Sandro Azevedo
Postagem: 2019-02-19T17:45:17-03:00
  0 Avaliações
1517 Visualizações

Ao conhecer as situações de risco, o operador redobra os cuidados durante o trabalho, evitando acidentes de grandes proporções, ferimentos e estragos ao local de trabalho. O trabalho com retroescavadeiras e pás-carregadeiras exige cuidados relacionados à segurança. Um mero descuido durante a operação desses equipamentos de grande porte pode causar graves acidentes envolvendo vidas, além de sérios estragos no local de trabalho e no ecossistema. Por isso, antes de começar a trabalhar, o operador deve se sentir seguro com a configuração e o funcionamento das máquinas, bem como em relação ao tipo de terreno e características do material a ser carregado.

Em seguida, precisa definir uma possível rota de deslocamento e estar ciente dos trechos vulneráveis a acidentes. Ao conhecer os pontos de risco, o profissional conseguirá redobrar os cuidados durante a operação em trechos sujeitos a desabamentos, atolamentos, tombamentos, redes elétricas, cursos d’água, locais de trânsito de pessoas, áreas residenciais, entre outras situações.

Atualmente, as retroescavadeiras e pás-carregadeiras possuem cabines fechadas, com controle de ruído, sistema de ar-condicionado e cinto de segurança. Alguns fabricantes fornecem modelos com proteção ROPS/FOPS (para capotamento e queda de material sobre a cabine), o que dispensa o uso de alguns equipamentos de proteção individual (EPI) durante a operação. “Entretanto, o operador deve utilizar vestimenta, calçados adequados e cinto de segurança, de forma a garantir uma operação agradável e segura”, observa Fernando Neto, especialista de Produto da New Holland Construction.

Orientação

Dependendo das condições do local de trabalho, o operador necessitará de ajuda externa. “Em situações em que a máquina se desloca por passagens estreitas, de visibilidade limitada e de intensa movimentação de pedestres e veículos, muitas vezes será necessário alto grau de precisão”, explica Neto. Nesse caso, é imprescindível o auxílio de uma pessoa com pleno conhecimento do tipo de operação, domínio da linguagem de sinais empregada na movimentação e deslocamento de equipamento e atenta durante todo o processo.

Gabriel Freitas, especialista de Produto da Case Construction Equipment, acrescenta que a orientação externa é útil também em operações de manipulação e posicionamento de materiais, içamento, trabalhos próximos a estruturas, tubulações e rede elétrica. “O operador nunca deve sair ou saltar da máquina em uma situação de instabilidade. Ele tem que permanecer sentado com o cinto de segurança afivelado até que o equipamento seja estabilizado”, orienta Freitas.

A verificação do nível dos fluidos, pressão dos pneus, estado dos materiais de desgaste e implementos das máquinas precisa ser feita todos os dias, antes do início do trabalho. “É importante observar também as áreas com restrição de acesso na obra, limitação de altura e sempre buzinar antes de ligar o equipamento, para alertar as pessoas que estão na proximidade”, aconselha Freitas.

Retroescavadeira

Durante as manobras com retroescavadeiras, é importante prestar atenção nas condições do entorno do equipamento para identificar irregularidades no terreno, obstruções de passagem, objetos e ferramentas deixadas no solo, além de verificar a movimentação de outras máquinas, presença de pessoas ou animais. “Para trabalhos de escavação, a retroescavadeira deve ser estabilizada usando a caçamba dianteira virada para baixo e os braços estabilizadores. Os eixos ficam suspensos e as rodas não devem tocar o solo”, explica Freitas.

Quando a máquina se movimenta beirando as encostas, o operador deve colocar a transmissão numa velocidade inferior e manter os freios de serviço em bom estado de conservação. O operador não deve descer com a máquina pelas encostas com transmissão em ponto morto, nem com a velocidade do motor acima de 2500 rpm.

Freitas recomenda cautela quando for necessário utilizar o corte da embreagem para fazer escavação numa encosta. A retroescavadeira deve ser sempre posicionada abaixo da valeta, nunca em posição superior. Ao término da jornada, a máquina deve ser estacionada numa superfície firme e plana, com todos os controles em posição neutra e freios de estacionamento acionados. Podem ser usados calços nas rodas, se necessário. A caçamba deve ser posicionada sobre o solo, o motor desligado e a chave removida da ignição.

Pá Carregadeira

Fernando Neto, da New Holland, orienta que a pá-carregadeira nunca pode ser deslocada com o braço frontal totalmente elevado, principalmente se a caçamba estiver com carga. O operador deve sempre manter o equilíbrio da máquina, sem elevar cargas acima da sua capacidade operacional. “Ele não pode fazer curvas em alta velocidade nem com cargas elevadas, evitando riscos. As pás-carregadeiras possuem diversos pontos cegos, portanto, antes de iniciar o movimento, é necessário checar as condições da área. Nos deslocamentos em marcha ré, sempre é necessário olhar para trás”, salienta.

Não é permitido o transporte de passageiro dentro da cabine do equipamento, muito menos pendurado na porta de entrada. O risco de queda ou de o passageiro obstruir a visibilidade do operador é muito grande. Até para subir ou descer da máquina, o operador deve se posicionar de frente para ela e sempre utilizar três pontos de apoio na escada de acesso, nunca embarcando com a carregadeira em movimento.

O assento, o apoio de braço e a coluna de direção devem estar ajustados de forma a permitir que o operador alcance todos os pedais e alavancas até o fim de curso, de maneira confortável e segura. Antes de dar partida no equipamento, deve se certificar se os comandos hidráulicos e da transmissão estão em posição neutra e o freio de estacionamento aplicado.

Erros de Operação

1. Retroescavadeiras

- Falta de atenção com as características do terreno;

- Utilizar modelo com porte inadequado à operação;

- Desrespeitar os limites do equipamento (capacidade de carga, capacidade de levantamento, carga de tombamento);

- Deslocamento em velocidade excessiva, ou com a caçamba da carregadeira cheia e elevada;

- Trabalhos com a máquina submersa;

- Demolição com implementos inadequados;

- Deslocamento da máquina com os braços estabilizadores abaixados.

2. Pás-carregadeiras

- Deslocamento com o braço elevado e com carga

- Subir na pilha de material com carga, braço elevado e chassi inclinado

- Movimentos bruscos com carga

- Excesso de velocidade durante a operação

- Deslocamentos excessivos e constantes, nos quais a máquina percorre longa distância e opera no limite ou acima da capacidade de carga do equipamento

- Falta de habilidade e conhecimento do operador, resultando em manuseio incorreto e quebra do equipamento