Condições de Trabalho: O Caso da Indústria Têxtil e os Riscos Associados à  Saúde do Trabalhador
Editor: Sandro Azevedo
Postagem: 2018-10-25T19:16:00-03:00
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Nos dias que em que hoje se vive, emergem de modo crescente e acelerado, alterações profundas nos modos de produzir, consumir e viver. A globalização econômica associada à introdução de novas tecnologias e de novas formas de produção e trabalho acarretam implicações na mão-de-obra, nas relações sociais de produção e nas condições de trabalho, aumentando os riscos para os trabalhadores. Com efeito, a percepção das incapacidades e limitações para terminar uma tarefa dentro de determinado prazo, gera um ambiente de stress e conduz a um fraco desempenho profissional, aumentando as probabilidades de erro e consequentemente de ocorrência de acidentes.

A avaliação consiste num processo de análise que permite caracterizar o fenómeno em presença, quanto à sua origem, natureza e consequências nocivas na segurança do trabalho e na saúde dos  trabalhadores. É a partir deste processo que determinam as abordagens preventivas, no âmbito de um planeamento adequado, face à situação diagnosticada. Assim, é elaborado um plano de melhoria em termos de SHST, onde são apresentadas as medidas a seguir para minimizar os riscos determinados.

Os resultados da sinistralidade no caso prático são comparados com os dados a nível nacional permitindo uma análise dos fatores comuns, sendo apresentadas soluções de forma a reduzir a sinistralidade nas empresas do sector através das medidas de prevenção apresentadas na avaliação de riscos.

A indústria têxtil e de vestuário é responsável por um grande percentual de empregos na cadeia produtiva de têxteis e confecções. Nas suas atividades laborais, podem-se encontrar diversos riscos profissionais relativos à segurança e à saúde dos trabalhadores, como os provenientes da organização do trabalho (risco ergonômico) e os ligados aos equipamentos e agentes agressivos (risco físico, químico e de acidentes). Apesar disso, o setor têxtil apresenta, em geral, indicadores de segurança do trabalho melhores que os calculados para todo o ramo industrial.

Por outro lado, ainda encontramos muitas situações que podem tornar o local de trabalho inseguro. Disposições de máquinas inadequadas, sem local apropriado para estoque das peças de tecidos, roupas, moldes e retalhos que se espalham entre máquinas e outros equipamentos, além de causarem riscos à saúde e bem estar do trabalhador podem gerar riscos de acidentes.

Conheça abaixo as doenças mais comuns que acometem esse tipo de atividade e cinco dicas para conseguir proteger os seus trabalhadores.

Coluna: cervicalgias, lombalgias e hérnias de disco

As doenças de coluna são muito frequentes no mundo do trabalho, sendo a mais comum a dor lombar, conhecida como lombalgia. As dores na coluna estão relacionadas com as chamadas “afecções músculo-esqueléticas”. Essas dores são conhecidas como dores nas “costas” e muitas vezes, pode levar o indivíduo à “incapacidade física”, impedindo-o de realizar determinados tipos de tarefas. A coluna pode ser afetada em toda sua extensão: pescoço ou região cervical; costas ou região dorsal e lombar que corresponde a região abaixo da cintura (cintura pélvica).

Membros superiores: ler/dort

As LER/DORT (Lesões por Esforços Repetitivos / Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho) são doenças provenientes da organização e relações do trabalho. As principais causas são os movimentos repetitivos, posturas inadequadas por muito tempo, tarefas monótonas e sem criatividade, ritmo intenso e imposto, sobrecarga mental e pressão para produzir.

Olhos: fadiga visual

A fadiga visual é sentida como cansaço nos olhos e sensação de lacrimejamento. Causa diminuição da capacidade visual e da atividade laboral. Quando se realizam atividades monótonas e repetitivas, que exigem trabalho minucioso e olhar atento, as condições de trabalho devem ser adequadas e o posto de trabalho deve estar iluminado adequadamente.

Risco de incêndio, choques e afins

Existe um risco potencial de incêndio devido ao tipo de material utilizado e retalhos espalhados pelo piso. Essa questão é potencializada pelas instalações elétricas, que muitas vezes são mal dimensionadas, sendo frequentes gambiarras e cruzamentos de fios no chão e no teto. É recomendável o uso de extintor adequado no local de trabalho para princípio de incêndio juntamente com o treinamento a adequado para evitar qualquer problema.

Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

Para que as atividades da indústria têxtil sejam realizadas com a maior segurança, além da capacitação dos profissionais, faz-se necessário que todas as normas de segurança sejam observadas, principalmente no que se refere ao uso de Equipamentos de Proteção Individual, sendo eles:

- Óculos de proteção

- Gorro ou touca apropriada

- Protetor auricular

- Sapato de segurança

- Luvas de proteção

- Proteção respiratória (máscaras para o uso de produto toxico (Permanganato de potássio)

- Avental

Para prevenir os pontos citados acima, separamos cinco dicas para o arranjo físico e as instalações de máquinas:

- As áreas de circulação devem ser mantidas permanentemente desobstruídas.

- Os pisos dos locais de trabalho onde houver máquinas e equipamentos e das áreas de circulação devem ser nivelados, mantidos limpos e livres de objetos, ferramentas e quaisquer materiais que ofereçam riscos de acidentes.

- As instalações elétricas das máquinas e equipamentos devem ser mantidas de modo a prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico, incêndio, explosão e outros tipos de acidentes.

- Os materiais como tecidos, roupas, moldes e retalhos, devem ser guardados em locais específicos longe de fonte de calor, locais húmidos e fiações inadequadas.

- Manter sempre o local de trabalho sempre bem ventilado, com boa iluminação.