Classificação das Áreas Hospitalares: Reconhecimento dos Riscos de Trabalho
Editor: Sandro Azevedo
Postagem: 2018-11-03T10:59:11-03:00
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O ambiente hospitalar é um dos mais propícios a registrar acidentes de trabalho, uma vez que une variados riscos ergonômicos, biológicos, químicos e físicos. Taxado como local insalubre, este tipo de local é classificado de acordo com as áreas de risco, de modo a indicar a atenção que deve ser dispensada em cada tipo de situação e ambiente.

O reconhecimento dos riscos das áreas hospitalares começou a ser feito na década de 1970, após a identificação de acidentes e dos riscos a que os profissionais de saúde estão expostos diariamente. Foi neste contexto que surgiram as primeiras normas de segurança hospitalar.

Principais riscos no ambiente hospitalar

O princípio da segurança de trabalho em áreas hospitalares parte da conscientização sobre tudo que envolve este ambiente. Dessa forma é possível encontrar ferramentas para a prevenção de acidentes, geralmente baseadas em treinamento contínuo e no uso de Equipamentos de Proteção Individual para ambientes hospitalares.

O Ministério do Trabalho divide os riscos hospitalares nas seguintes categorias:

Riscos acidentais: são aqueles em que o profissional de saúde é colocado em situação de perigo e que possa vir a afetar sua saúde física ou moral;

Riscos químicos: é a exposição a substâncias químicas que possam causar algum dano à saúde;

Riscos físicos: Quando o profissional de saúde está exposto a situações como excesso de calor ou de frio e radiações;

Riscos ergonômicos: são problemas relacionados à postura ou excesso de peso levantado pelo profissional no local de trabalho, que podem causar traumatismos em regiões como a coluna, braços e pernas;

Riscos biológicos: independentemente de sua função, o profissional de saúde está sempre exposto a riscos com agentes biológicos como vírus, fungos e bactérias.

Os agentes de saúde também se deparam com outras situações que podem ser consideradas arriscadas durante sua atuação, tais como carga horária exaustiva, sobrecarga de exercícios e insatisfação com a ocupação. Elas agem diretamente na qualidade do trabalho e, quando estão em desequilíbrio, podem causar problemas para o profissional e os pacientes.

Classificação das áreas hospitalares e seus EPIs

O ambiente hospitalar é classificado por três áreas específicas: área crítica, área semicrítica e área não crítica. Cada uma delas apresenta um nível de risco sobre a segurança profissional e requer um tipo de prevenção e cuidado.

Áreas críticas

Na área crítica, o profissional de saúde está exposto ao risco de contaminação infecciosa pelo contato direto com pacientes infectados. Quanto mais alta é a transmissibilidade da doença, ainda mais crítico é o risco que o profissional corre.

Dentre as áreas consideradas críticas, estão o bloco cirúrgico, a UTI neonatal, a sala de hemodiálise, o banco de sangue, a unidade de queimados e unidade de isolamento, central de material e esterilização, a área da lavanderia, o laboratório de patologia clínica e a farmácia.

Para as áreas críticas, os profissionais devem estar equipados de luvas de procedimento, máscaras de proteção respiratória, protetores faciais ou óculos, gorro e avental. Em alguns casos, é indicado também o uso de protetores para pernas e pés, tais como calças longas e botas.

Áreas semicríticas

A área semicrítica oferece riscos de transmissão de microrganismos, mas em menor escala. O mais comum é que nela estejam pacientes sem doenças contagiosas, mas que precisam de cuidados para não se contaminarem.

As áreas semicríticas são a enfermaria, ambulatórios, farmácia de medicamentos já preparados e banheiros. Nesses ambientes, os profissionais não precisam utilizar todos os materiais das áreas críticas, mas devem proteger as roupas com jalecos para não levarem até os pacientes os microrganismos externos.

Áreas não críticas

As áreas não críticas não são ocupadas por pacientes e são as mais seguras do ambiente hospitalar, como secretaria, administração, almoxarifado, exames de raio-X, ultrassom e tomografia.