A gravidade dos efeitos à saúde decorrentes da exposição ao benzeno dependerá dos seguintes fatores:
- Dose de benzeno absorvida e duração da exposição;
- Características individuais, como sexo, idade, estado de saúde e variações genéticas;
- Exposição simultânea a outras substâncias;
- Via de exposição (inalação, ingestão ou contato dérmico).
Normalmente, o benzeno é absorvido pelo organismo através da respiração ou do contato com a pele. No entanto, a absorção gastrointestinal também é possível devido à ingestão de alimentos e água contaminados por acidentes, vazamentos ou disposição inadequada de resíduos de benzeno na água e no solo.
O benzeno inalado chega rapidamente aos pulmões e cerca de metade dessa quantidade é absorvida. Já o contato da pele com o benzeno promove a absorção de pequenas quantidades dessa substância, enquanto quase a totalidade do benzeno ingerido é absorvida pelo trato gastrointestinal.
Após a absorção nessas diferentes vias, o benzeno chega à corrente sanguínea, de onde é distribuído para todo o organismo e, finalmente, armazenado nos tecidos gordurosos e na medula óssea. No fígado e na medula óssea, ocorre a transformação dessa substância em metabólitos tóxicos (ex: catecóis e benzoquinonas), aos quais se atribui os efeitos deletérios do benzeno à saúde. Estima-se que a maior parte desses metabólitos seja excretada pela urina em até 48h após a exposição.
O benzeno é irritante aos olhos, nariz, pele e garganta. Dependendo da quantidade absorvida, ele pode provocar dores de cabeça, tontura, tremores, sonolência, náuseas, taquicardia, falta de ar, convulsões, perda de consciência, coma e morte. Além disso, a exposição crônica ao benzeno é capaz de provocar alterações na medula óssea e no sangue, levando à anemia, hemorragias, leucopenia e outros danos no sistema imunológico. Segundo a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), o benzeno é comprovadamente cancerígeno para seres humanos, causando linfomas e leucemias (sobretudo Leucemia Mieloide Aguda – LMA), entre outros tipos de câncer.
Embora a exposição ambiental ao benzeno seja importante, a magnitude da exposição ocupacional é mais acentuada que na população em geral. Assim, trabalhadores de cadeias de extração e refino do petróleo, siderúrgicas, indústrias petroquímicas, postos de gasolina e oficinas mecânicas são considerados grupos de risco para o desenvolvimento de benzenismo, um quadro de manifestações clínicas tipicamente associado à exposição prolongada ao benzeno. O diagnóstico de benzenismo é eminentemente clínico e epidemiológico, fundamentando-se na história de exposição ocupacional e na observação de sinais e sintomas.
Benzeno (C6H6) é um hidrocarboneto classificado como hidrocarboneto aromático. É um composto líquido, inflamável, incolor e possui aroma doce e agradável. Em contato com o ar, evapora rapidamente. Na natureza, o benzeno é liberado por processos naturais, em erupções vulcânicas e queimadas, mas a maior parte da liberação de benzeno na atmosfera é resultado da ação humana.
O benzeno é altamente tóxico e seus vapores, quando inalados, causam tontura, dores de cabeça, vômitos, irritação do estômago, convulsões e até mesmo inconsciência.
Presente no petróleo, o benzeno é muito utilizado em laboratórios químicos, como matéria-prima nas indústrias químicas, petroquímicas e nas companhias siderúrgicas. É também encontrado em detergentes, colas, solventes, tintas, lustra-móveis, pesticidas, lubrificantes, ceras de polir automóveis, litografia, impressão gráfica, extração de óleos, beneficiamento de gorduras, reagente, borrachas, catalisadores, produtos intermediários de laboratórios, explosivos, corantes, produtos farmacêuticos, isopor, plásticos, resina, nylon, fibras sintéticas e agrotóxicos.
O Benzeno também está presente na gasolina, que é derivada do petróleo, e lançado na atmosfera por veículos automotivos em sua combustão. Na indústria alimentícia, o benzeno é encontrado, principalmente, em refrigerantes!
Além de estar presente também no fumo do tabaco. A fumaça do cigarro portanto é carregada de benzeno e massivamente solta no ar.