Segurança e saúde ocupacional: um diferencial da empresa pelo bem de todos
Editor: Sandro Azevedo
Postagem: 2018-11-08T09:31:23-03:00
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Diante de um cenário economicamente instável, toda solução criativa pode fazer a diferença no dia a dia dos profissionais e nos resultados da empresa. E nem é preciso pensar muito e tentar “reinventar a roda” para fazer diferente e melhor. Muitas vezes, o essencial pode ser estratégico e se converter em diferencial. Isso mesmo! Para ser prático e eficaz, é possível começar pelo elementar. A área de medicina e segurança do trabalho é uma das que têm mais potencial na organização. Com foco voltado para a qualidade de vida, cabe à área pensar também em como reduzir acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.

Neste contexto, uma das práticas mais assertivas é o investimento em segurança e saúde ocupacional.  Segundo pesquisa realizada pelo Serviço Social da Indústria (Sesi), com 500 médias e grandes empresas, 48% delas afirmam que as ações para aumentar a segurança no trabalho e promover a saúde de trabalhadores reduzem as faltas ao trabalho. E tem mais: 43,6% indicam aumento na produtividade e 34,8% identificam redução de custos com tais ações. 

Dentro da organização, é a atuação da equipe de medicina e segurança do trabalho que permite à empresa fazer a gestão dos recursos humanos, com a elaboração de ações que visam garantir o bem-estar dos profissionais, e manter um clima organizacional tranquilo e agradável. Tudo para fortalecer a equipe e mantê-la focada em sua missão.  Ao compreender a importância da gestão ocupacional estratégica, a empresa pode fazer um planejamento, com diferentes ações e iniciativas, que vise, acima de tudo, garantir qualidade de vida de todos os profissionais envolvidos nos processos.

Definindo gestão ocupacional estratégica

É com a saúde, a prevenção de acidentes e o bem-estar dos profissionais que a área de saúde e segurança ocupacional (SSO) se preocupa. E além de beneficiar os funcionários, as atividades executadas pela equipe da área também protegem clientes, fornecedores e público, ou seja, todas aquelas pessoas que podem ser impactadas pelo que acontece na empresa.

Com uma estrutura bem definida, que pauta sua atuação, a gestão ocupacional estratégica baseia-se em um conjunto de regras, ferramentas e procedimentos com o propósito de eliminar, neutralizar ou reduzir lesões e danos decorrentes das atividades laborais.

Dentre as ferramentas da gestão ocupacional estratégica, uma das principais é a gestão de riscos, que atua com foco no reconhecimento dos perigos, na classificação dos riscos e na prevenção de acidentes.

A gestão de SSO pode integrar um Sistema de Gestão da Qualidade. Atualmente, os Sistemas de Gestão de SSO estão baseados em normas internacionais, tais como OHSAS (Occupational Health and Safety Assessment Services) 18001 e BS (British Standards)-8800, sendo que ambas fornecem orientações e subsídios para a construção da política de segurança e saúde ocupacional.

6 razões para investir na gestão ocupacional estratégica

Com o trabalho da área de medicina e segurança do trabalho, profissionais e gestores só têm a ganhar. Quando a empresa coloca as pessoas em primeiro lugar e investe em gestão ocupacional, além disso, prioriza a vida, a saúde das pessoas e, claro, a sustentabilidade financeira e a credibilidade da empresa.

Vale muito mais direcionar os recursos para ações de conscientização e prevenção, priorizando a saúde de todos, do que ter custos derivados de acidentes ou doenças ocupacionais, e prejuízos com encargos de advogados, perda de tempo e de materiais e redução na produção.   

Confira, então, 6 bons motivos para começar a estruturar a gestão ocupacional.

Ambiente de trabalho mais saudável

Organizações que valorizam a saúde e segurança ocupacional deixam clara a preocupação com o bem-estar dos profissionais. Um ambiente de trabalho mais seguro e saudável deixa os colaboradores mais satisfeitos e a rotina mais leve, e ainda proporciona a interação, incentivando as relações interpessoais. Neste cenário, os profissionais sentem-se mais confiantes e têm orgulho de pertencer a uma empresa que se mostra verdadeiramente humana e que valoriza as pessoas.

Redução do número de acidentes

Ao investir na prevenção, uma das principais vantagens da empresa é minimizar os perigos e riscos de acidentes no trabalho. A segurança no trabalho desenvolve ações focadas na prevenção para garantir a integridade física e mental do trabalhador, e, ao mesmo tempo, mantê-lo sempre em atividade. Prevenção, saúde e produtividade juntas!

Redução de gastos

À medida em que a empresa prioriza a segurança e a saúde do trabalhador, ela também evita custos com materiais, afastamentos e ações judiciais.  A diminuição dos índices de absenteísmo, a prevenção de acidentes e a redução de gastos com doenças do trabalho são alguns dos benefícios para as empresas que adotam práticas de segurança e saúde ocupacional.  A gestão que prioriza as pessoas, apostando na prevenção, investe a longo prazo garantindo a  sustentabilidade da sua própria organização.

Mais produtividade

Se o profissional sabe que ele corre riscos ocupacionais e precisa se preocupar com sua segurança, inevitavelmente, a sua performance e o seu desempenho serão comprometidos. Já quando o trabalhador se sente seguro, de fato, ele tem condições de manter-se focado em suas atividades e, claro, produz mais, com mais atenção e resultados mais positivos.

Redução do absenteísmo

A área de medicina e segurança do trabalho é a grande aliada da empresa para reduzir o absenteísmo. O trabalho desenvolvido pela área  permite à empresa identificar as causas de afastamentos do trabalho e, sobretudo, buscar soluções. Com as mudanças nas políticas de segurança e saúde do trabalho, a adoção práticas mais seguras e a gestão de exigências legais, é possível reduzir o absenteísmo e também evitar custos com impostos e taxas de recolhimento como, por exemplo, o Fator Acidentário de Prevenção (FAP).

Mais credibilidade

A empresa que trabalha pensando em garantir a segurança e saúde ocupacional demonstra comprometimento com a qualidade de vida dos profissionais. Tal postura aumenta a credibilidade da organização, e também é um indicador de responsabilidade social. O trabalho focado na prevenção de riscos ocupacionais e acidentes de trabalho requer a escolha de novos processos e tecnologias que produzam menos poluentes, gerem menor impacto ambiental e garantam mais segurança aos profissionais envolvidos. Todo esse processo aumenta a credibilidade corporativa perante o público e a sociedade.

Números comprovam: investimento em saúde e segurança traz resultados

João Ricardo Gabriel Oliveira, em artigo sobre a importância da prevenção de doenças ocupacionais, conta que pesquisas realizadas nos Estados Unidos indicam que a cada dólar investido em programas de qualidade de vida são economizados três dólares, incluindo assistência médica, diminuição do absenteísmo, na rotatividade, além do aumento da produtividade.

Nesta mesma linha, o autor do artigo relata que, por meio de estudos realizados na empresa Du Ponte do Brasil, a mesma passou a economizar US$ 4.00 com a redução do número de licenças e despesas médicas, a cada dólar investido no programa. Isso, além de relatar um aumento da produtividade.

Construção da gestão ocupacional estratégica

A gestão ocupacional pode ser um diferencial, sim, porém é preciso planejar sua implementação e consolidação na organização. Afinal, na prática, como a medicina e segurança do trabalho contribuem para a gestão ocupacional estratégica? É possível elencar e planejar diferentes ações que levam a empresa a conquistar seu principal objetivo: garantir a qualidade de vida de todos – profissionais, família e comunidade.

Pensando na perspectiva de segurança e saúde ocupacional, destacamos a seguir atividades que podem ser executadas pela equipe de medicina e segurança do trabalho, visando o engajamento de todos.

Pesquisa de clima

Para medir o clima organizacional e sentir o que deve ser feito, é necessário conhecer seus colaboradores, entender seus sentimentos em relação à empresa e conhecer os elementos que interferem no clima organizacional e no bem-estar de todos. A pesquisa fornece os indicativos para que a empresa aplique mudanças, melhore o ambiente de trabalho e garanta a segurança e saúde ocupacional.

Campanhas diferentes

Conscientizar e despertar os profissionais para novos hábitos e posturas é um dos desafios da empresa. Com a promoção de campanhas temáticas, é possível engajar os profissionais e convidá-los para fazer diferente. É possível trabalhar vários temas, tais como: incentivo ao esporte, reeducação alimentar, educação financeira, combate ao uso de drogas e álcool.

Benefícios como incentivo

Se apresentar a teoria e o conjunto de benefícios nas campanhas é importante, apoiar na prática é fundamental. Para garantir a efetividade das ações desenvolvidas e o envolvimento de todos, a empresa deve avaliar quais benefícios pode oferecer: descontos em academias; acesso à rede de saúde, refeição balanceada e saudável no restaurante da empresa, entre outros. Dar condições para o colaborador buscar mais saúde é fundamental!

Duas frentes de atuação por mais segurança e saúde ocupacional

Para desenvolver a gestão ocupacional, a organização precisa manter uma visão geral, estratégica e global sobre os processos. É por isso que a parceria entre os profissionais da medicina e segurança do trabalho e da área de gestão de pessoas é fundamental. Com um discurso alinhado, capaz de transmitir a mensagem sobre a importância da prevenção,  e com ações bem planejadas fica mais fácil envolver a todos e conquistar os resultados esperados.

Visão Estratégica

O desafio é definir um plano de ação para garantir a saúde e a segurança ocupacional dos profissionais. É necessário caracterizar os riscos, eliminar as causas, corrigir as irregularidades, reduzindo valores de recolhimentos, custos diretos e indiretos, e, consequentemente, trabalhando para obter resultados.

Visão Geral

Os profissionais e gestores de diferentes áreas, correlatas à medicina e segurança do trabalho, devem conhecer e mapear todos os riscos da empresa e gaps, ou seja, processos trabalhistas, passivos, índice de afastamentos, absenteísmo, tipos de acidentes mais comuns e frequentes. Com todas as informações, é possível definir novas metas gerenciais e operacionais para aumentar a produtividade e resolver ou amenizar as principais não conformidades no setor produtivo.

Gestão ocupacional estratégica

Profissionais atentos, e ações planejadas e conscientes são fundamentais para a conquista de bons resultados na gestão ocupacional estratégica. Cabe aos gestores o desafio de conhecer a legislação, acompanhar os indicadores de desempenho e as metas de redução de custo, e investir, continuamente, em programas de qualidade de bem-estar e qualidade de vida. Além de preservar a saúde dos profissionais, a gestão ocupacional estratégica permite à empresa reduzir custos referentes ao pagamento de possíveis seguros, benefícios previdenciários, multas e ações.

A gestão ocupacional eficiente abrange ações rotineiras e preventivas como, por exemplo, um exame admissional benfeito, e passa pelo planejamento de ações e projetos elaboradas com foco em como reduzir acidentes de trabalho e aumentar a qualidade de vida dos profissionais no ambiente de trabalho e fora dele também. Além de trabalhar para evitar afastamentos, absenteísmo e acidentes, a empresa garante mais produtividade, rentabilidade e  credibilidade.

Afinal, quando as pessoas estão em primeiro lugar, a organização tem o melhor a seu favor: a entrega, a dedicação e o envolvimento de todos impactam positivamente na imagem da empresa no mercado. A medicina e segurança do trabalho garantem mais saúde para as pessoas e para a organização, impulsionando o crescimento de todos.