O raciocínio lógico, antes requerido em processos seletivos, deu lugar a um conjunto de competências que visam garantir o trabalho em equipe e uma posição de liderança dos profissionais. Nesse cenário, desenvolver a inteligência emocional no trabalho já é um aspecto cada vez mais requisitado pelas empresas.
Hoje, para permanecer no mercado de trabalho ou mudar de carreira, é importante que o profissional entenda como desenvolver as competências que compõem o seu Quociente Emocional (QE).
O Conceito de Inteligência Emocional
A expressão “inteligência emocional” foi apresentada pelos psicólogos americanos Peter Salovey e Jhon Mayer e ficou mundialmente conhecida após a divulgação do livro “Inteligência Emocional”, de Daniel Goleman (1986).
Trata-se da capacidade que um indivíduo tem para compreender e gerenciar as próprias emoções, bem como lidar com os sentimentos dos outros. Ao contrário do que muita gente pensa, a inteligência emocional não depende de uma aptidão específica. Esse conceito requer cinco habilidades essenciais:
Autoconhecimento: reconhecer os próprios sentimentos enquanto eles ocorrem;
Automotivação: conduzir os sentimentos em benefício de um objetivo, a partir de um nível de concentração;
Controle emocional: saber lidar com as emoções;
Relacionamentos interpessoais: conviver com os demais de maneira saudável e harmoniosa;
Reconhecimento das emoções nos outros: entender as impressões do outro e ter uma postura empática.
A importância da Inteligência Emocional no Trabalho
A inteligência emocional é a maior responsável pelo insucesso ou sucesso profissional. Isso acontece porque a maioria das situações no ambiente de trabalho envolve relacionamentos interpessoais.
Aqueles com habilidades para o relacionamento humano, como compreensão, afabilidade e gentileza, têm maior probabilidade de alcançar o sucesso.
O profissional que apresenta as competências inerentes a essa condição tem a capacidade de motivar a equipe e fazer com que ela se mantenha engajada e focada. Tudo isso contribui consideravelmente para a produtividade da equipe e para o bom clima organizacional.
Saiba que, embora a inteligência emocional não seja ensinada desde cedo nas escolas, é possível desenvolvê-la por meio de algumas atitudes no dia a dia.
Como desenvolver e aplicar a inteligência Emocional
Quando treinamos o nosso cérebro constantemente, com comportamentos emocionalmente inteligentes, ele constrói conexões para gerar hábitos positivos.
Com o tempo, as atitudes destrutivas são substituídas por condutas construtivas, e a inteligência emocional se estabelece de maneira automática no ambiente de trabalho. Veja, a seguir, como desenvolver as habilidades emocionais.
Procure dominar as sua emoções
Para dominar as emoções, é preciso observar as próprias reações em resposta a determinadas situações, percebendo como elas nos afetam e atingem os outros. Com base nessa percepção, é possível controlar os impulsos em momentos decisivos.
Isso não significa reprimir os seus sentimentos, mas saber o momento ideal de externá-los. A meditação e alguns exercícios para criar o hábito de pensar antes de agir ajudam muito nesse sentido.
Melhore a sua Autoconfiança
Duvidar das próprias capacidades pode fazer com que a pessoa se torne reativa e negativa, agindo de maneira limitada às inovações e processos criativos. É preciso ter capacidade para confiar em si mesmo e atingir os seus objetivos.
Uma forma de desenvolver esse aspecto é considerar que, se um trabalho foi atribuído a uma pessoa, significa que ela demonstrou capacidade para tanto. Assim, ela deve buscar a melhor formar de realizá-lo, acreditando que vai conseguir.
Pratique o Autoconhecimento
O autoconhecimento é a base para saber lidar com as próprias emoções. Nesse sentido, é preciso fazer uma autoanálise do seu comportamento e identificar os pontos nos quais você apresenta mais dificuldade. É importante observar situações provocam determinados sentimentos, como felicidade, medo, frustração e motivação.
Assim, é possível deixar de repetir comportamentos negativos e passar a controlar melhor as próprias reações e a sua linha de raciocínio.
Exercite a Empatia
A empatia depende do exercício de colocar-se na posição do outro, entendendo suas emoções e pontos de vista. É necessário ter disposição para conhecer as pessoas e evitar pensamentos pré-concebidos, aceitando a diversidade como algo positivo.
Assim, antes de elaborar qualquer julgamento sobre um colega de trabalho, é preciso colocar-se no seu lugar e imaginar quais seriam os caminhos seguidos. Essa é uma boa forma de aumentar a tolerância e diminuir os conflitos.
Procure Maneiras de Lidar com a Pressão
No mundo corporativo, é muito comum os momentos em que é necessário lidar com pressões. Seja em cobranças de prazos ou erros operacionais, a resiliência é uma habilidade essencial para manter o equilíbrio emocional e encontrar soluções nessas situações.
Ficar com pressa para realizar as tarefas como forma de evitar a pressão é inútil e pode piorar a situação. Em vez disso, busque métodos nas suas funções para melhorar a produtividade no geral, evitar erros e ganhar tempo.
Não Fique com Medo de se Expressar
Procure encontrar expressões físicas e palavras para transmitir os sentimentos de forma não prejudicial às pessoas. Esse tipo de comportamento gera um clima de cooperação e integração no ambiente de trabalho.
Reconheça os seus Pontos Fortes e Fracos
Esse é um dos aspectos mais analisados em entrevistas de emprego. Portanto, busque feedbacks sinceros sobre os seus pontos positivos e negativos, seja com chefes ou colegas de trabalho. Com base nisso, reconheça o que você tem de bom e analise o que precisa de aperfeiçoamento. Dessa forma, é possível se tornar um profissional cada vez melhor.
Sinais que Indicam a Inteligência Emocional no Trabalho
Todos têm uma inteligência emocional, mas em diferentes graus. Saber com exatidão o seu grau de inteligência emocional exige um teste cientificamente validado, que, em geral, não é gratuito.
Entretanto, o consultor norte-americano Travis Bradberry, — coautor do livro “Emotional intelligence 2.0” — elaborou uma lista das principais características de pessoas que apresentam um alto quociente de inteligência emocional.
Trata-se de “sinais” que foram identificados com base em uma análise de dados coletados com mais de um milhão de pessoas e podem nos ajudar a entender melhor como funciona a inteligência emocional no trabalho.
A seguir, veja quais são as 12 habilidades que determinam se uma pessoa tem um alto QE, segundo Travis Bradberry:
- Descreve as próprias emoções com precisão;
- Conhece os seus pontos fortes e fracos;
- É resiliente;
- Tem curiosidade sobre as pessoas;
- Consegue interpretar os sentimentos do outro;
- Não se ofende facilmente;
- Tem capacidade para dizer “não”;
- Perdoa a si mesmo;
- Não guarda rancor;
- É generoso;
- Neutraliza pessoas tóxicas;
- Não é perfeccionista.
Como vimos, a inteligência emocional no trabalho é um conjunto de competências cada vez mais requisitado pelas empresas. É fundamental conhecer as habilidades requeridas e identificar os aspectos que necessitam de melhorias, visando o aprimoramento profissional e destaque no mercado de trabalho.
Por: Connekt