O pó de madeira é uma mistura complexa gerada quando a madeira é processada, cortada, serrada, torneada, perfurada ou lixada, para diversas finalidades, tais como fabrico de móveis e utensílios domésticos, extração de celulose, fabrico de postes, suportes, painéis de partículas e painéis de fibra (MDF), e mais recentemente, uso conjunto com plásticos.
O pó de madeira é composto principalmente de celulose (aproximadamente 40-50%), polioses, lignina, e um grande número de outras substâncias de menor massa molecular que pode afetar significativamente as propriedades da madeira incluindo os não-polares orgânicos (ácidos gordos, resinas, ácidos, ceras, terpenos,), extratos orgânicos polares(taninos, flavonóides, quinonas e lignanas), bem como os extratos solúveis em água (carbono hidratos, alcalóides, proteínas e material inorgânico).
Formas de Exposição
No trabalho:
A exposição ocupacional ao pó de madeira ocorre durante o uso de máquinas ou ferramentas para cortar ou moldar a madeira. Uma vez inalado, o pó é depositado no nariz, garganta e outras vias respiratórias. A quantidade de pó depositado dentro das vias aéreas depende do tamanho, forma e densidade das partículas e da força do fluxo de ar.
No Meio Ambiente:
A presença de poeira de madeira no meio ambiente vem de processos industriais que geram, manipulam e/ou utilizam pó de madeira, tais como: indústria moveleira, marcenaria, silvicultura, construção de barcos e navios, serralherias, produção de pranchas de madeira, contêineres de madeira, polpa e papel, construção civil, dentre outros.
Principais efeitos à saúde
A capacidade de se depositar no trato respiratório tem sido associada a uma variedade de efeitos respiratórios alérgicos e não alérgicos, como tosse seca, mal estar, bronquite crônica, dispneia, dor torácica, rinite, asma ocupacional, alveolites, déficit da função pulmonar, dermatites, conjuntivite, cefaleia. Também há associação entre exposição a poeira de madeira e câncer de cavidade nasal, seios paranasais, laringe, pulmão, estômago, cólon e reto, leucemia, linfomas e mieloma múltiplo.
Pele
Os perigos mais comuns para a pele exposta, são irritação e dermatite. Nestes casos, as partículas de pó de madeira podem obstruir os poros e causar coceira. Fique atento para manter as partículas de pó de madeira longe de cortes ou outros ferimentos abertos.
Nariz e garganta
Partículas de pó de madeira são os principais responsáveis por irritar os tecidos macios no interior do nariz e da garganta. Enquanto tosse e inchaço podem ser causadas por partículas de poeira de madeira, algumas madeiras são conhecidas por causarem efeitos muito piores. Madeiras como a Nogueira-comum, Cedro sul-americano e Cedro vermelho ocidental têm sido associadas ao câncer nasal em pessoas que estão regularmente expostas a essas partículas de pó.
Olhos e ouvidos
Os olhos são uma das principais áreas a se proteger quando expostos a partículas de poeira de madeira. Uma vez que os olhos são úmidos, podem ser irritados facilmente. Se expostos, lave-os o mais cedo possível para evitar vermelhidão e outros problemas. Cubra bem as orelhas, uma vez que partículas de pó de madeira podem causar infecção e irritação.
Medidas de controle
Recomenda-se, para exposição ocupacional a poeira de madeira:
- Ventilação dos locais onde há presença de poeira através de exaustores, para remoção dos contaminantes do ambiente de trabalho;
- Umidificação de locais cuja quantidade de poeira seja intensa;
- Limpeza local das áreas que contém poeira;
- Utilização e conservação de equipamentos de proteção individual (EPI);
- Treinamento dos trabalhadores.
Um sistema para purificar o ar e sugar partículas enquanto trabalha, também é uma boa ideia. Os trabalhadores devem usar luvas, mangas compridas e protetores para cabeça, bem como máscaras, óculos de proteção e protetores de ouvido, a fim de manter as partículas de pó de madeira, longe das partes sensíveis de sua anatomia.
Problemas do acúmulo do pó da madeira
O acúmulo do pó da madeira representa um problema sério de saúde, já que pode causar irritação nos olhos, nariz e garganta, como já citado. Além disso, os fragmentos que saem de determinados tipos de madeira podem produzir reações alérgicas, doenças do pulmão e até mesmo intoxicação sistêmica, assim como elevar a possibilidade de incêndios e explosões, já que o fogo se espalha rapidamente sobre a serragem que cobre objetos e superfícies.
Todas estas medidas apenas reduzem a exposição dos trabalhadores a esses agentes, mas não a elimina, o que não é garantia de integralidade da proteção à saúde dos trabalhadores e prevenção de doenças associadas.