Mais do que cumprir a legislação existente, é um dever da alta administração das empresas proporcionar um ambiente de trabalho seguro e saudável aos colaboradores. Segundo especialistas da área, a melhoria da segurança, saúde e meio ambiente de trabalho, além de aumentar a produtividade, diminui o custo do produto final, pois diminui as interrupções no processo, absenteísmo e acidentes e/ou doenças ocupacionais.
Cuidar da saúde e segurança dos trabalhadores, assegura qualidade de vida no trabalho, gerando produtividade, comprometimento e consequente preservação do patrimônio produtivo, além de evitar as penalidades legais impostas às empresas pelo descumprimento desta obrigação.
Nesse sentido, em empresas de fabricação de couros, devido ao grande número de substâncias e produtos químicos/biológicos que podem estar presentes no ambiente, assim como de atividades que exigem força e resistência, são vários os tipos de agentes e riscos que podem ser encontrados e que podem vir a provocar danos à saúde dos trabalhadores ou até mesmo acidentes.
Na fase da ribeira, por exemplo, onde ocorre a limpeza da pele e a preparação da mesma para o curtimento, os colaboradores possuem contato com diversos produtos químicos e equipamentos de corte, que oferecem riscos diretos. Nessa etapa, há diversos produtos químicos utilizados, como: tensoativos, sulfeto de sódio, cal, Ácido fórmico e Ácido sulfúrico.
Como possíveis soluções para promoção da maior saúde dos trabalhadores, orienta-se o uso de protetores auditivos, pois as máquinas da empresa são as únicas fontes de ruídos que podem vir afetar a saúde dos trabalhadores. Além disso, a instalação de exaustores e/ou sistema de ventilação, para redução do desconforto causado pelos vapores e alta temperatura local.
O acabamento praticamente constitui a última etapa do processamento. A principal finalidade do acabamento é a de melhorar o aspecto e servir, ao mesmo tempo, como proteção para o couro. Dentre as etapas do acabamento, tem-se a secagem, que constitui uma importante atividade do ponto de vista da qualidade do couro acabado. Entretanto, é uma atividade que requer maior atenção devido aos riscos que o trabalhador está exposto.
Como notado, algumas atividades são bastante prejudiciais à coluna do funcionário. No caso do operador de secagem, ele permanece com a coluna cervical curvada durante o trabalho e mantém a cabeça dentro da máquina, podendo causar um acidente se alguma das pranchas tombar.
Observando o fato de que empresas do segmento de fabricação de couros possui grande número de riscos potenciais a saúde do trabalhador, este artigo reforça os poucos estudos já indicados sobre a temática. Assim, identificar e analisar cada risco se faz necessário para garantir a integridade dos colaboradores e o bem-estar na execução de suas atividades designadas.
Nas indústrias têxteis são realizados diversos processos e atividades, envolvendo um grande número de funcionários. Basicamente em uma indústria têxtil há transformação de fibras em fios, e, consequentemente, desses mesmos fios em tecidos.
Por último, os tecidos produzidos são então confeccionados de diferentes formas, dependendo da área de atividade da indústria, variando entre peças de vestuário, roupas de cama, mesa e banho, cortinas, estofados para automóveis, entre outros.
Dependendo do porte da indústria ou confecção têxtil, há significativa variação nos tipos e quantidades de atividades realizadas, desde processos de beneficiamento de tecidos confecções, que apenas costuram peças em forma de terceirização.
Infelizmente, ainda hoje no Brasil, devido a falta de fiscalização eficiente, falta de profissionalismo e de pessoas treinadas e capacitadas para realização de atividades profissionais, falta de legislação funcional, dentre outros, os trabalhadores do setor têxtil enfrentam, diariamente, muitos acidentes de trabalho.
As lesões e distúrbios músculoesqueléticos têm sido um dos grandes males do setor, atingindo muitos trabalhadores da indústria têxtil, principalmente os operadores do setor de fiação.
Relacionamos alguns dos fatores que contribuem decisivamente para o aumento do número de profissionais lesados no setor:
- Realização de tarefas repetitivas sob pressão temporal;
- Ritmo demasiadamente acelerado de trabalho imposto pela alta velocidade de rotação das máquinas;
- Pequena margem de manobra para regulação/adaptação;
- Existência de condições inadequadas dos meios de produção;
- Excessiva cobrança de resultados; entre outros.
Como sugestão de estudos futuros, indica-se a análise aprofundada de outras atividades do processo que aqui não foram abordadas, tendo em vista que ao longo do processo industrial, distintos são os riscos que podem interferir diretamente na saúde dos trabalhadores.