Os animais peçonhentos gostam de ambientes quentes e úmidos e são encontradas em matas fechadas, trilhas, próximos a áreas industriais com lixo acumulado. Os trabalhadores do campo devem sempre utilizar os equipamentos de proteção individual (EPIs), como botas ou perneiras, evitar colocar as mãos em tocas, montes de lenha, folhas e cupinzeiros.
A melhor forma de evitar acidentes é adotar medidas de prevenção. Por isso é fundamental manter o ambiente de trabalho devidamente higienizado, uma vez que o lixo e entulhos podem servir de abrigo para muitos destes animais. Também é importante ficar atento à limpeza de armários, já que ambientes escuros e úmidos servem de esconderijos para aranhas e escorpiões. Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros, meias-canas e rodapé, além de utilizar telas e vedantes em portas, janelas e ralos, são outras formas de evitar a presença dos animais peçonhentos. Moradores de área rural e trabalhadores da agricultura não podem deixar de usar luvas e botas ao entrar em matas ou plantações.
Em 10 anos, o número de acidentes de trabalho por animais peçonhentos entre trabalhadores do campo, floresta e águas cresceu 38,25% no Brasil. De acordo com um boletim divulgado este ano pela Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, entre 2007 e 2017 foram notificados 95.205 casos, passando de 7.830 ocorrências em 2007 para 10.825 há dois anos. A serpente é o animal peçonhento que mais causou acidentes (45.763).
Em seguida, aparecem os escorpiões (22.596) e as aranhas (16.474). O Biólogo Giuseppe Puorto, membro do Conselho Regional de Biologia – 1ª Região (SP, MT e MS), recomenda aos trabalhadores que não abram mão de equipamentos de proteção individual, como luvas de couro, botas de cano alto e perneira.
“Em locais de aparente risco, como florestas, trilhas, matas ou em charcos, por exemplo, o ideal é sempre usar estes equipamentos”, reforço. No caso de encontrar algum animal peçonhento, ele sugere que a pessoa se afaste, não tentando assustá-lo ou tocá-lo, mesmo que possa parecer estar morto.