No dia 27 de junho, no auditório da Fundacentro em São Paulo/SP, ocorreu o Seminário “Técnicas Inovadoras em SST”. O evento é realizado pelo Instituto Trabalho e Vida, com coordenação do engenheiro civil, Juarez Correia Barros Júnior, mestre em Trabalho, Saúde e Ambiente pela Fundacentro. Os debates trouxeram temas como gestão em Segurança e Saúde no Trabalho e Indústria da Construção, que têm como principais riscos para acidentes - choque elétrico, quedas e soterramentos.
“É com muita satisfação que recebemos este seminário técnico para discutir inovações em segurança e saúde no trabalho. Nossa casa sempre será um espaço aberto para o debate de ideias, novas técnicas e iniciativas que busquem levar melhores condições de segurança e saúde aos trabalhadores”, afirmou o assessor da Presidência da Fundacentro, Allan Soares, durante a abertura.
Soares citou alguns produtos da Fundacentro, que contribuem para a disseminação do conhecimento em SST. Um deles é a cartilha “Proteção contra choques elétricos em canteiros de obras”, disponível gratuitamente no acervo digital do site da instituição. Outra iniciativa é o aplicativo SST Fácil, que pode ser baixado gratuitamente nos celulares. “É uma ferramenta muito importante e de fácil acesso. Todo mundo tem smartphone e pode baixar, inclusive o trabalhador na obra”, explicou.
A mesa de abertura contou com a presença de José Bassilli, gerente de Segurança Ocupacional do Seconci-SP (Serviço Social da Construção) e de Antonio Pereira, auditor fiscal do Trabalho, da SRT/SP (Superintendência Regional do Trabalho de São Paulo), que também foi um dos palestrantes.
Fiscalização e gestão do trabalho
Antonio Pereira falou sobre fiscalização do trabalho, que passa por um processo de reestruturação dentro do Ministério da Economia. O Brasil conta com 2200 auditores, que precisam atuar em várias frentes. Uma das modificações é a de que não haverá mais gerências na capital paulista. Também está prevista uma mudança de prédio em São Paulo, onde os auditores serão realocados no Prédio da Fazenda, na Avenida Prestes Maia.
O auditor também falou sobre o processo de revisão das Normas Regulamentadoras. No caso da NR 18 (Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção), a previsão é que em dezembro seja publicado novo texto a partir do que foi discutido pelo CPN (Comitê Permanente Nacional sobre Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção) nos últimos dois anos.
Pereira defendeu a ideia de um programa de gerenciamento de riscos. “A maioria dos acidentes é de caráter gerencial e organizacional. A segurança não é do trabalhador, é do processo. A proteção é o guarda-corpo, a rede, para-raios. A medida tem que ser de controle, não individual. O processo que tem que ser seguro”, explicou.
Já o engenheiro Jófilo Moreira Lima, servidor aposentado da Fundacentro, encerrou o evento com uma palestra em que falou sobre a gestão de SST na indústria da construção. Um dos aspectos importantes é considerar todo o ciclo de vida do empreendimento: planejamento – viabilidade, projetos e especificações; execução; uso e manutenção, e demolição.
O planejamento pode ser dificultado por alguns fatores, como a diversidade das tarefas; pouca uniformidade das construções; pouco tempo entre a licitação e o início da obra; mudanças climatológicas imprevistas; falta de definições ou mudanças no projeto; e várias empresas atuando simultaneamente em uma mesma obra.
Para execução da obra, deve-se considerar a organização do canteiro; riscos de acidentes – cronograma, etapas, mão de obra; segurança do trabalho/do produto; meio ambiente; riscos ambientais, controle de saúde ocupacional e ergonomia; treinamento; situações de emergência; integração interna e externa; definição de responsabilidades; controle e avaliação.