A cultura da prevenção, antes de mais nada, objetiva que o comportamento e a educação profissional, possam estar atrelados à própria cultura organizacional da empresa, assim estabelecendo parâmetros aceitáveis e seguros, no que cabe à exposição dos riscos associados às diversas atividades operacionalizadas, no ambiente laboral.
Existem algumas funções no mercado de trabalho, que exigem necessariamente, um contato direto com máquinas, equipamentos e ferramentas de trabalho, que por si só, trazem características peculiares, portanto, para que a utilização destes, aconteça de forma segura e confortável nas linhas de produção, os gestores de segurança do trabalho nas empresas, devem se dedicar gradualmente, para desenvolverem uma cultura de segurança, onde o comportamento preventivo venha se tornar a primeira e única solução no combate aos acidentes e doenças laborais.
Afinal, o que é cultura de segurança?
Cultura de segurança é um conjunto de atitudes e costumes compartilhados por um grupo de pessoas, e planejado para diminuir e evitar determinados riscos ocupacionais. Além de contar com os perigos físicos, a cultura de segurança abrange também os cuidados com as informações importantes, que não podem ser negligenciadas durante todo o processo produtivo. É de fundamental importância que se conheça a fundo o funcionamento e as rotinas operacionais da empresa, para que assim, se possa estipular com precisão, as atitudes comportamentais correlatas para a prevenção.
Diferente de um protocolo, quando falamos em cultura, não estamos nos referindo simplesmente ao cumprimento de regras, mas na sutil relação entre a efetivação de um comportamento, e à compreensão dos princípios diretamente associados a ele.
Esta cultura precisa ser enraizada nos pilares da organização, tornando-se realmente instintiva e automática, ou seja, todos os funcionários da empresa precisam estar em perfeita sintonia com as práticas legais e seguras.
Estimular a mudança de hábitos e comportamentos, não é uma tarefa muito fácil, pois isso está associado não apenas ao nível técnico de determinados profissionais, mas principalmente ao nível cultural, adquirido ao longo de outras experiências profissionais.
Existem trabalhadores em todos os hemisférios sociais, e envolvidos nos diversos seguimentos mercadológicos, e, obviamente, essa ideia da cultura prevencionista tem que alcançar a todos, indistintamente. Precisamos nos aprofundar nas discussões entre os profissionais diretamente e indiretamente ligados à área, pois todos fazem parte de uma engrenagem conjuntural, e por esse motivo, não podem ser considerados de maneira isolada. É uma demanda dos setores, das empresas e dos profissionais, onde se faz preciso lograr práticas relevantes neste sentido.
O primeiro e o mais importante direito dos trabalhadores, é a vida, seguido do direito de retornar aos seus lares após mais um duro dia de trabalho, convictos de que seus direitos estão sendo mantidos, e que o seu bem-estar, a sua integridade e a sua saúde, permanecem intactos. Para isso, é necessário que os empregadores apliquem corretamente os procedimentos e as normas de segurança previstos na legislação, e que os empregados, os conheçam e tenham a consciência de que devem segui-los à risca, e acima de tudo, com responsabilidade.
Um outro aspecto a ser considerado, é que criar uma cultura de prevenção de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, é essencial para que o nível de produtividade e lucratividade de uma empresa estabilize-se ou aumente, já que os seus funcionários manterão a sua saúde em dia, sendo plenamente capazes de exercer as suas funções com satisfação, e não serão acometidos de afastamento por motivo de doença.
Desta forma, podemos acreditar em uma mudança realmente sistemática, onde a reformulação de conceitos deverá ser prioridade, e a reeducação do trabalhador, iminente. Isso acontecerá, quando enfim decidirmos levantar as questões culturais, dando novos rumos para o universo do conhecimento e das organizações.
Por Sandro de Menezes Azevedo
Presidente ASPROTEST
Diretor de Assuntos Jurídicos e de Eventos/SINTEST-SE
Diretor de Comunicação Integrada/ABRATEST
Segundo Secretário Geral/FENATEST
Idealizador e Diretor Presidente/SAFENATION BRASIL